Infância aprendizagem com significação e
naturalidade
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a
importância do desenvolvimento completo da criança, em todas as áreas, sem
comprometer sua infância. A criança precisa desenvolver-se de uma forma natural
e divertida, interagindo com outras crianças de sua idade e com adultos. A
entrada das crianças nos Centros Educacionais Infantis e na escola não pode ser
um obstáculo que venha tirar-lhe a infância de qualquer forma, pelo contrário,
essas instituições precisam garantir-lhes uma infância saudável e de
aprendizagem significativa. A aprendizagem necessita provocar encantamento para
que a criança, com naturalidade, desenvolva suas habilidades afetiva, cognitiva,
social e motora. Os conteúdos não podem deixar de lado experiências importantes
da infância, como o brincar, rir, fazer coisas diferentes, que são experiências
prazerosas e que, num processo contínuo, as auxilia na aprendizagem e no seu desenvolvimento
num todo. Com a ajuda do professor, agindo com maturidade, seriedade e
diversidade, tais experiências próprias da infância, contribuem na condução do
processo de aprendizagem com significação.
Palavras chaves:
Infância, Criança, Aprendizado, Naturalidade, Professor.
Introdução
Objetiva-se
com essa pesquisa verificar a importância das instituições como Centro de
Educação Infantil e escola proporcionarem às crianças uma aprendizagem com
significado sem tirar-lhes o que é próprio da infância. O conteúdo não é mais importante que
o desenvolvimento na sua totalidade, do ser criativo, da afetividade, do
cognitivo e do motor. Além disso, é necessário ensinar-lhes a serem cidadãos
críticos e responsáveis. Isso nem sempre é uma tarefa fácil para o professor tem o dever e privilégio de ter em suas mãos
o alvo principal da educação: a criança. A tarefa do professor não é somente
passar seu conteúdo, mas buscar oportunidades, alternativas melhores e mais
eficientes a cada dia, num processo contínuo, proporcionando um aprendizado de
qualidade, que modifique, assim, a vida da criança.
Desenvolvimento
Você já parou para pensar o que vem em mente quando se
pensa em criança? Entre tantas coisas podemos pensar em: alegria, movimento,
criatividade, espontaneidade, cuidado, enfim um ser humano. A criança não é um
adulto em miniatura, mas um ser único em construção social, que bem orientada
tornar-se-á um autor de sua própria história. As DCMs (Diretrizes Curriculares
Municipais de Blumenau SC – Brasil) da Educação Infantil (2013, pg.63) apresentam
uma definição:
“entende-se
criança como sujeito histórico e de direitos de um grupo social, construtora de
conhecimento, de identidade e de cultura, que tem capacidade para aprender,
criar, imaginar, brincar, investigar e se desenvolver com ser humano, em uma
relação ativa com outras pessoas e, em interação com o mundo.”
A criança é alguém que necessita de amor, atenção,
cuidados, que lhe mostre o caminho, a direção, e de alguém que lhe ensine até
mesmo o brincar, Brougere (2010, p.01) destaca, “[...] que a criança não
aprende a brincar naturalmente. Ela está inserida em um contexto social e
cultural e seus comportamentos estão impregnados por essa imersão inevitável”. A
Educação Infantil e a escola têm como papel formar cidadãos conscientes de seus
deveres e de seus direitos, estimulando, sempre, a criança a olhar além, a
questionar, a pensar, decidir, mas nunca desistir. Para que isso aconteça o
professor precisar tornar suas aulas diversificadas e criativas aplicando o conteúdo
na sua interdisciplinaridade. Paulo Freire (2002, p.96) diz: “Nesse sentido, o
bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade
do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma “cantiga
de ninar”. Seus alunos cansam, não dormem.”.
Entre os profissionais da educação, em suas conversas,
congressos e outros encontros, por muitas vezes é mencionada a importância da
infância e das séries iniciais, no processo da aprendizagem e a importância de
se ter educação de qualidade. Seus discursos acabam ficando em torno de como
registrar, planejar, como arrancar notas e o que fazer diante da indisciplina. Porém,
há, também, a discussão sobre as crianças no sentido de como são inteligentes,
ágeis, como avançaram, as conquistas e suas superações. Quem são as crianças,
“os alunos”, os pupilos ou ainda os miúdos (como são chamados na Escola da Ponte),
enfim, quem são esses seres pequenos, cheios de curiosidades, de perguntas e
que se opõem quando os adultos lhes impõem que sigam, ou ajam de acordo com os
ideais destes? Eles dizem: “façam isso e depois aquilo” e elas simplesmente
querem ficar mais um pouco no chão montando seu foguete com suas pecinhas de
montar. Ela não deseja sair daquele momento. Como é possível abortar um
pensamento tão cheio de criatividade? E devido a isso em certos
momentos na avaliação o professor coloca sobre a criança “não respeita as
regras necessitando da intervenção do professor”. Qual nosso olhar para essa
criança? Ela é uma pessoa de carne e osso, que está em construção de sua
personalidade. Ela ri, chora e, muitas vezes, está com problemas interiores e que
não sabe como lidar.
Nem sempre as crianças querem realizar a atividade
proposta pelo professor. Se tudo que os professores têm é um planejamento
pronto, como esperam que as crianças tenham prazer de aprender? Como se pode
obrigar alguém a fazer algo que não lhe traz prazer, que não provoca o brilho
no olhar o grito de êxtase? Algumas perguntas para você: Como você reagiria se
seu pai e sua mãe fossem morar em outra cidade e lhe deixasse com a sua avó?
Como você reagiria se seu pai só brigasse com você e sua mãe mal lhe dirigisse
a palavra? Passando por essas situações, diga como você gostaria que seu
professor agisse com você?
Muitas vezes o CEI (Centro
de Educação Infantil) ou a escola tornam-se o segundo lugar mais odiado pela
criança, onde passa grande parte do seu tempo. Além de ter que suportar as
piadinhas dos colegas, as diversas situações vexatórias que enfrenta, precisa
suportar de seus professores (que deveriam ser seu referencial), as humilhações
na frente de seus colegas e conversas aos gritos e de palavras depreciativas e,
por muitas vezes, exigindo que aprendam o que lhes é imposto e nem se dão conta
que ainda não estão na fase de reter esse conhecimento. Não entendem que toda
criança tem sua própria fase de desenvolvimento neurológico e isso precisa ser
respeitado. Sana (2005, pg.18) diz que:
“Deve-se sempre
respeitar as fases de desenvolvimento infantil e o ritmo das crianças, não forçá-la
a fazer o que está fora do seu alcance, o que ela ainda não tem condições de
realizar física ou mentalmente, a não ser que ela própria demonstre interesse e
capacidade para tal.”
Nossa infância
tem direito a ter infância, de desejar ser feliz, de aprender com significação.
Direito de ser curiosa, de ir à busca de algo a mais e de ser amada. Nossa
criança já teve seu passado,
conhecerá logo seu futuro, mas o
professor pode dar a ela um grande presente no presente. Amando-a, ouvindo-a, desafiando-a a vencer seus limites,
mostrando que a vida pode ser bela mesmo com momentos de sofrimento. O sofrimento é a argamassa que liga a vitória,
para isso ele precisa ir à luta e nunca desistir, Cury (2003,pg.13) diz que: “O
sofrimento nos constrói ou nos destrói. Devemos usar o sofrimento para
construir a sabedoria.” No final de cada período vem a avaliação, ela acontece
em relação ao português, a matemática, e outras matérias, mas raramente se
avalia a participação, seus relacionamentos com as outras crianças, seus
avanços reais. Quantos desses pequenos só pelo fato de estarem vivos já são
vitoriosos, merecedoras de nota 10. Não estamos lidando com coisas, estamos lidando com as pérolas mais lindas e
preciosas do mundo. Uma dádiva que está em nossas mãos para serem amadas e respeitadas, crescendo na arte de
argumentar e de ver a vida de forma fácil. É fundamental despertar a
curiosidade, o desejo de aprender, de conhecer algo novo e ousar a percorrer
caminhos nunca trilhados.
Conclusão
Assim como nós
adultos admiramos pessoas que nos encantam, as crianças também admiram aquelas
pessoas que passando pela vida delas as encantam. Uma delas é sempre o (a)
professor (a), para as crianças é o (a) rei (rainha), é com quem querem parecer
e como é bom estar com ele (ela), pois é o meu (a minha) “fessor/fessora”. O relacionamento de um professor durante a
infância e pré-infância é a bússola que orienta o prazer dela no dia a dia com
a aprendizagem, por isso precisa ter muita afetividade, abraços, o
falar olho no olho, companheirismo, assim criará uma amizade que marcará
positivamente. É necessário planejar, ter organização, mas nunca se esquecer de
encantar, do fazer por prazer. Tornar até mesmo as simples regrinhas de
comportamento em diversão , brincando, aprendendo e cumprindo regras, assim os
professores montam formas diferentes de aprender com naturalidade. Aprender é
algo divertido assim todo objeto de
estudo deve se tornar um brinquedo. E o professor torna-se mais que uma figura,
um amigo, Rubem Alves (2004,pg.62) diz
que “O maior prêmio de um professor é quando os alunos se tornam amigos dele.
Um verdadeiro professor nunca sofre de solidão.”
Bibliografia
BLUMENAU(SC). Prefeitura. Secretaria
Municipal de Educação. Educação Infantil – Blumenau: Prefeitura Municipal de
Blumenau/SEMED, 2012. 108p. : Il.-(Diretrizes curriculares municipais para
educação básica;v.1)
BOUGERE, Gilles. Brinquedos e culta. São
Paulo: Cortez, 2010
CURY,
Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro,
sextante, 2003.
FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e
Terra, 2003.
ALVES.
Rubem.O Desejo
de Ensinar e a Arte de Aprender/Rubem Alves. - Campinas: Fundação EDUCAR
DPaschoal, 2004.
SANA. Cristiane Cador.
Porque meu filho não aprende?. Blumenau , Ekos, 2005.
Ter um planejamento com sequência e sentido é fundamental para o sucesso... Parabéns pelo escrito... Alilian
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